Por orientação do prefeito Miguel, todos os vereadores da sua base votaram nesta segunda-feira 19 à noite contra três emendas do vereador Eduardo Sallum, excluindo da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) R$ 2,1 milhões que seriam destinados ao fomento das atividades esportivas e culturais às crianças e jovens e às entidades assistenciais de Tatuí como APAE, Lar Donato Flores, Associação Recanto Betel, Casa Bom Menino de Tatuí, Recanto Bom Velhinho, Lar São Vicente de Paulo e COSC entre outros.
As emendas apresentadas por Sallum propunham a destinação de R$ 600 mil para fomentar a cultura do município, R$ 925.528,00 para atividades esportivas e R$ 600 mil para as entidades assistenciais. As verbas, no total de R$ 2,1 milhões, seriam remanejadas do orçamento da Secretaria Municipal de Serviços Públicos e Zeladoria, que possui previsão orçamentária para 2025 no valor de R$ 34.899.165,00.
A rejeição das emendas provocou indignação dos tatuienses presentes à sessão da Câmara que trabalham nessas três causas importantes para as crianças, jovens, idosos e populações excluídas de Tatuí que dependem desses recursos.
“Quero falar para o prefeito de Tatuí que esse parecer desfavorável que o senhor orientou a sua base fazer, prefeito Miguel, na verdade você não tá votando contra o Sallum. Está votando contra as entidades sociais em Tatuí, contra a cultura de Tatuí, contra o esporte de Tatuí”, protestou o presidente da Câmara ao final da votação que aprovou a LDO sem essas e outras emendas.
Acrescentou Sallum, dirigindo-se ao prefeito: “O senhor está votando contra o COSC, que é uma entidade referência à educação popular gratuita hoje na nossa cidade. O senhor tá votando contra a APAE, que é uma referência na educação pra Pessoa com deficiência, de assistência e pra área da saúde. Eu já vi esta Casa fazer maldades, mas eu nunca vi tanta maldade num dia só.”
A alegação central do prefeito e de sua base na Câmara para rejeitar as emendas é que retirar essa verba da Zeladoria provocaria uma “descontinuidade” dos serviços públicos da cidade. “Essa é uma desculpa que não tem cabimento”, contesta Sallum, lembrando que a Secretaria de Zeladoria foi criada em 2022 e que até então os serviços hoje sob sua responsabilidade eram da alçada da Secretaria de Obras, que naquele ano teve orçamento de R$ 34 milhões.
Para desempenhar as mesmas funções de antes, as duas secretarias têm hoje juntas orçamento de R$ 60 milhões – ou R$ 26 milhões a mais em apenas dois anos.
Nesse tempo, a Prefeitura fez contratos de R$ 10 milhões para capina, para tomografia e poda de árvores, contrato de R$ 400 mil para construir um ponto de ônibus no Mercado Municipal, mas nega R$ 2 milhões para o esporte, a cultura e as entidades assistenciais.
“Quando assumirmos a Prefeitura em janeiro de 2025 faremos auditoria nesses contratos para saber o que tem neles”, promete Sallum.